Com nem sequer cinquenta anos, Olivier Da Costa é o empresário gastronómico com maior número de restaurantes fora de Portugal: o Grupo Olivier gere vinte e seis restaurantes em sete países (Portugal, Reino Unido, França, Itália, Brasil, Tailândia e Espanha), situados em três continentes. Chef, mas sobretudo empresário, parece que nada lhe escapa a este mago dos negócios, que foi capaz de revolucionar a cozinha portuguesa graças a um instinto quase animal de identificar tendências antes de que o sejam.
Olivier Da Costa, trabalhador incansável, gere uma empresa, o Grupo Olivier, que nasceu com Olímpio, o primeiro restaurante que este empreendedor abriu a meados dos anos noventa, quando tinha apenas vinte e um anos e acabava de se licenciar na Escola de Hotelaria do Estoril. A fusão entre a cozinha brasileira e portuguesa presente na carta do Olímpio causou uma revolução no panorama gastronómico português que, meio adormecido até então, começava a acordar para os novos tempos.
Da Costa pode gabar-se do seu olfato inato para os negócios (começou o seu primeiro negócio aos catorze anos, a vender t-shirts) e ele mesmo afirma que se sente mais um empresário do que um chef. Realmente, chega mesmo a afirmar que não se preocupa com as Estrelas Michelin ou outro tipo de reconhecimentos, uma vez que “não são rentáveis”. Apesar de ser filho do televisivo chef Michel, facto que reconhece ter-lhe aberto muitas portas, o êxito do grupo, menciona, depende da forma como se fazem as coisas. De facto, a excelência é tão importante para Olivier Da Costa que em certas ocasiões chega a ser algo obsessiva.
Criador de Conceitos
Olivier Da Costa é, antes de mais nada, um criador de novos conceitos que, após comprovar o êxito dos mesmos, os adapta e replica nas suas novas localizações. É o caso de Yakuza, um restaurante onde se fusionam o Oriente e o Ocidente, e em cuja carta transparece todo o engenho do Olivier chef, que vem entremear de forma maestra os sabores do Mediterrâneo com a tradição oriental do sushi e sashimi. O êxito de Yakuza é avalado pelos seis restaurantes que este cozinheiro tem em lugares tão diferentes com Tenerife, Paris ou Lisboa.
Guilty é outra das grandes estrelas do empresário lisboeta. Trata-se de um restaurante moderno, urbano, cosmopolita, ideal para qualquer dia ou hora, e cuja carta “pornográfica” está cheia de sabores intensos. Aqui podemos comer umas impressionantes pizas de autor, massas artesãs ou hambúrgueres signature. Um lugar para comer e sentir-se realmente culpado.
Graças ao acordo assinado entre o Grupo Olivier e a cadeia de hotéis Tivoli, deu-se a grande expansão internacional do grupo, para o qual Da Costa desenvolveu em exclusiva, “SEEN”, um conceito de restaurante no qual se fundem as gastronomias portuguesa e brasileira, com sede em cidades tão distantes entre si como São Paulo, Bangkok, Nice, Roma ou Feira (Brasil).
Outros restaurantes do grupo são Kob, em Lisboa, onde as carnes e os vários cortes, precedências e madurações são os protagonistas; Clássico, um beach bar na Costa da Caparica onde o ambiente sofisticado mas relaxado convidam a desfrutar das paisagens espetaculares oferecidas pelos areais atlânticos; ou a joia da coroa, XXL, um dos projetos mais ambiciosos de Da Costa, gerir o prestigioso e emblemático XL de Vasco Gallego, após quase três décadas ocupando o lugar de referente gastronómico entre as classes mais ricas da sociedade lisboeta. Não há dúvida de que, ao acrescentar uma “X” mais ao nome original do restaurante, Da Costa demonstra a sua ambição e vocação para o êxito.