António Querido
Falámos com António Querido, director comercial do Seame Group, um dos grupos de restauração mais importantes de Lisboa, cujo nascimento «é fruto da união de três empreendedores, Rui Gaspar, João Rebelo Vaz e o próprio António Querido, que por volta do ano de 2010 reuniram esforços para abrir o primeiro dos vários restaurantes icónicos com os quais atualmente contam. É que estes três sócios, que desempenhavam a sua atividade profissional fora do mundo da restauração, mas que tinham em comum o amor pela boa mesa, apostaram por abrir um estabelecimento que se baseava no produto do mar, o peixe e o marisco, e decidiram primar pela excelência acima de qualquer outra consideração. Doze anos depois, o Sea Me - Peixaria Moderna, com a sua fusão do receitário tradicional português e as influências de cozinha asiática, converteu-se num referente em Lisboa no que diz respeito à gastronomia relacionada com o mar.
Next Door
Pouco tempo depois nasceu o Soão-Taberna Asiática. Trata-se de um projeto que implicou um desafio desde o primeiro momento. Não só pelas diferentes cozinhas aqui representadas, mas também pelas suas técnicas, aromas e processos, tal como os restantes ambientes. Pretendiam criar duas realidades bem diferenciadas; no piso térreo há uma autêntica taberna asiática com um ritmo frenético, um caos muito característico; e no piso inferior mergulhamos num autêntico Bafon Oriental, que retrata o luxo decadente do continente asiático.
O grupo está de parabéns e goza de uma saúde excelente já que celebra o seu duodécimo aniversário com a abertura do seu último restaurante, o NEXT DOOR, um local divertido, com um certo toque informal, no qual o comensal desfrutará da possibilidade de partilhar pratos (os petiscos), hábito muito comum na tradição culinária portuguesa, mas claro, sem renunciar à grande qualidade do excelente peixe e marisco pelos quais a gastronomia portuguesa é famosa e a uma magnífica seleção de vinhos para acompanhá-los.
Ostras, Peixaria Moderna
António Querido refere que atualmente o principal objetivo do grupo passa pela consolidação dos seus estabelecimentos e pela melhoria dos detalhes, já que isto é fundamental para a perceção que «o cliente tem de nós», que é o que os comensais mais agradecem. Sem dúvida não é uma má política de empresa se tivermos em conta que os seus restaurantes têm todos os dias casa cheia e que, em alguns casos, é preciso reservar com semanas de antecedência.
O CEO do Seame Group acrescenta que, no que se refere à expansão, preferem fazê-lo com calma apesar das numerosas ofertas de abertura que lhes estão sempre a chegar de outras zonas do país. Contudo, explica, «neste momento, só equacionam a possibilidade de abrir dois ou três espaços novos» já que não «querem perder o seu ADN».
As cozinhas abertas e de tamanho reduzido, com elaborações mínimas e nas quais o produto fala por si próprio, bem como espaços com um balcão central, onde o comensal possa desfrutar das elaborações em direto, e que proporcionem um toque informal, transgressor e divertido, são outra das características que se imporão nas novas aberturas previstas para os próximos anos.
Soão Taberna Asiatica
António Querido mostra-se muito otimista com o grande desenvolvimento económico que Lisboa está a viver nos últimos anos, e está particularmente contente com a revolução gastronómica que a cozinha portuguesa atravessa graças ao impulso da nova geração de chefs portugueses que lhe dedicam força e imaginação e que fazem com que cada cliente aprecie cada vez mais os novos projetos e o bom produto.
No entanto, uma das principais preocupações deste empreendedor é que a maior parte da atividade se concentre nas zonas mais turísticas da cidade e considera importante que se desenvolva o tecido empresarial em direção a outras zonas que permitam ao visitante desfrutar e conhecer mais a fundo a cultura e o grande património da cidade. Para além disso, julga que é importante a expansão para zonas de praia como a Costa da Caparica e que a cidade cresça para o outro lado do Tejo.
Salada asiática
