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Olivier da Costa, Sem Fronteiras

Olivier da Costa, Sem Fronteiras

Olivier da Costa © ffmag

Olivier da Costa é um dos rostos mais conhecidos do panorama gastronómico português. Na verdade, a revolução gastronómica que o país sofreu durante as últimas duas décadas não teria sido possível sem o seu contributo. Trabalhador incansável, com olhos de lince para os negócios, aos seus 47 anos gere o grupo gastronómico português com maior projeção internacional com sucursais em São Paulo, Banguecoque, Paris e Nice, para além dos seus restaurantes do Porto, Lisboa, Cascais e do Algarve. 

A cozinha corre nas veias de Olivier da Costa; o pai foi o televisivo chef Michel, o que o levou a estudar na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. Porém, mais do que cozinheiro, é um empreendedor nato com um faro para os negócios que muitos empresários que investem na bolsa gostariam de ter. O segredo do seu sucesso: observar, identificar tendências e trabalhar, sobretudo trabalhar. Entre risos comenta o que um amigo seu lhe dizia: «a sorte está em cima da tua cabeça quando estás sentado, por isso toca a levantar».

Restaurante Guilty by Olivier

Guilty © Grupo Olivier

O empresário admite não entender a obsessão que há ultimamente no mundo da cozinha com as estrelas e os reconhecimentos. Para ele, «um restaurante é um negócio e as estrelas não dão dinheiro». Prova de que não está muito enganado é a grande aceitação que têm todos os restaurantes do grupo, cuja oferta é tão diversa que as suas temáticas gastronómicas são muito variadas: incluem a cozinha brasileira, mediterrânea, francesa, italiana, asiática e, até, street food. 

Qual é o segredo de Olivier da Costa?
Muito trabalho e atenção aos pormenores. Há 25 anos, vi uma oportunidade no lançamento de um conceito inexistente em Lisboa. O meu pai, o primeiro chef estrela Michelin em Portugal, tinha um restaurante no Castelo de São Jorge, em Lisboa, e quando terminava o horário diário, eu reabria num registo de tudo incluído com picanha. A partir desse momento, fui estando atento ao que faltava em Lisboa. Lancei uma linha de cabazes com produtos premium, muitos importados, e que não se viam até então em Portugal, fui lançando novos restaurantes e hoje, passados 25 anos de muito trabalho e sempre presente nos meus restaurantes a observar o mais ínfimo detalhe da operação, sou o empresário português de restauração com mais restaurantes abertos fora de Portugal.

K.O.B. by Olivier

K.O.B. © Grupo Olivier

Como encara o facto ser o empresário da restauração portuguesa com mais restaurantes no exterior?  Quantos possui fora das fronteiras portuguesas?
Para lá de Lisboa, Porto, Algarve e Cascais, o grupo Olivier está em São Paulo, Banguecoque, Paris, Nice, e ao longo de 2023 entra em Londres, Tenerife e outras cidades que, entretanto, iremos anunciando. O primeiro restaurante internacional do meu portefólio atual foi o SEEN São Paulo, uma criação minha num dos hotéis mais badalados desta metrópole brasileira, o Tivoli Mofarrej. A experiência de parceria com um grande grupo hoteleiro, a Minor Hotels, teve tal sucesso que começámos a replicar o modelo de negócio, não só com este grupo, mas também com a United Investments Portugal e com a Maison Albar. Entretanto, o estatuto do Grupo Olivier trouxe outros grupos até nós, procurando a nossa experiência para lançar nos seus hotéis restaurantes com hype, cartas inovadoras e conceitos comprovadamente de sucesso. Se atendêssemos a todos os desafios de abertura de restaurantes, teríamos, seguramente, mais de 50 restaurantes abertos. Assim, estamos a caminho dos 30, que esperamos atingir ao longo de 2023, fechando o ano com pelo menos sete países no nosso atlas de operações.

Como consegue implementar a excelência em cada um dos projetos que desenvolve? 
Vivo dentro dos meus restaurantes e, quando estou de férias, estudo os restaurantes que mais me agradam em cada lugar onde estou. Em privado, reflito sobre o que vi, as lacunas ainda existentes no mercado e onde posso adicionar valor. Foi assim com o Yakuza Lisboa, por exemplo, com uma cozinha de reunião do melhor do sushi e sashimi numa interpretação mediterrânica. Mesmo o XXL, em frente ao Parlamento português, onde peguei num restaurante de um amigo retirado da agitação de Lisboa, tem inovação na carta e no espaço, sem prescindir do legado histórico deixado por esse meu amigo, o Vasco Gallego. Depois de implementado o projeto, no qual eu participo inclusive com acompanhamento e decisões sobre o design dos interiores, não prescindo de estar presente e de incentivar as minhas equipas a manterem-se atentas ao detalhe, todos os dias, sem descansar sobre os louros.

Seen by Olivier

Seen © Grupo Olivier

Quais são os próximos países que Olivier da Costa tem debaixo de olho?
Depois de Brasil, Tailândia, França, Reino Unido, Espanha e Itália, estamos a ultimar a entrada em mais uma capital no centro da Europa. E a todos estes somamos, com muito orgulho, Portugal, onde iniciámos a nossa caminhada há 25 anos e somos reconhecidos pela excelência de conceitos como o Yakuza by Olivier, o SEEN by Olivier e o XXL by Olivier.

XXL by Olivier

XXL © Grupo Olivier

É um empresário de peso em Portugal e no âmbito internacional começa a ouvir-se falar desse chef português que está a conquistar os paladares do jet set dos países nos quais abre restaurantes. Como é que consegue criar uma ligação com as pessoas?
Acredito que a minha genuinidade, foco no trabalho e o respeito pelos meus parceiros, procurando sempre um ganho para todos os stakeholders das operações, com o cliente em primeiro lugar, me possa favorecer. As pessoas conhecem-me não só pelos media, mas porque estou nos meus restaurantes diariamente.

Fale-nos mais sobre os novos desafios dentro do Grupo Olivier da Costa.
Costumo dizer que o mundo é pequeno para a minha ambição. Depois de chegarmos às principais capitais europeias, um caminho onde o Grupo Olivier está bem lançado, com Paris, Londres, Roma e, claro, Lisboa, e outras já a serem estudadas, vamos analisar a possibilidade de investir numa área adjacente à restauração, a hotelaria. É uma estratégia em que oiço também as opiniões dos meus dois filhos, o Lucas e o Mateus, uma nova geração muito atenta ao futuro desta indústria.

Yakuza by Olivier

Yakuza © Grupo Olivier

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